sábado, 16 de junho de 2007

Ponte da Barca...vista "lá fora"

Imaginemos que por obra do destino o leitor vivia num concelho situado em pleno centro do Alto Minho, numa terra rica em paisagem, recursos hídricos e património histórico, com cerca 18.500 hectares dos quais cerca de metade faziam parte do maior Parque Natural do País.


Com uma sede de concelho outrora considerada das vilas mais bonitas de Portugal, com um património monumental muito considerável e importante dos quais se destacava a ponte medieval, da primeira metade do séc. XV.

Com cerca de 200 metros de comprido construídos em granito e que pontuavam uma enorme zona ribeirinha impar no país pelo tamanho, condições física e beleza.

E que o rio que passava nessa mesma zona ribeirinha era, a montante, o motor do aproveitamento hidroeléctrico do Alto Lindoso o mais potente centro produtor hidroeléctrico instalado em Portugal produzindo em média 970 milhões de KWh, equivalentes ao consumo anual de 440 mil portugueses.

Imagine uma terra dona de um dos mais conhecidos vinhos verdes, com enorme poder de atracção turística que apenas ficava a 1 hora do Porto e Braga, 25 minutos de Viana do Castelo e 40 minutos de Espanha.

Imagine uma terra de relevo agreste, e vegetação exuberante, de vales apertados e que por isso mesmo não era propícia a instalação de grandes zonas industriais, mas que por ser vizinha de Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, concelhos com uma enorme força e indústria, usufruía de uma situação privilegiada em relação ao emprego fabril.

E imaginemos que este concelho apesar da enorme riqueza continuava a ser o concelho mais pobre e menos evoluído do Alto Minho.

E que apesar de ter um orçamento relativamente baixo se gastava dinheiro em coisas inúteis e despropositadas.


E que essas mesmas coisas inúteis eram decididas apressadamente e feitas na zona mais importante da vila sem seguirem planos de pormenor ou sequer o acompanhamento de técnicos adequados.

Imaginemos que essas coisas por estarem em leito de cheia muito provavelmente desapareceriam no primeiro Inverno enquanto outras zonas as poderiam acolher com muito mais segurança e durabilidade…Imaginemos que tudo isto fosse verdade?

Provavelmente só poderia ter um nome: autismo político.