"Inovar a Social Democracia" - a Social Democracia discutida em Ponte da Barca

A JSD de Ponte da Barca organizou na passada Sexta-feira, dia 20 de Outubro, na Residencial Frei Agostinho da Cruz, a Tertúlia: "Inovar a Social Democracia no séc. XXI". O tema daria para grandes dissertações, no entanto, a perspectiva mais visada fora a da relação da social democracia com o poder local, com as autarquias, dando-se destaque ao caso de Ponte da Barca, e de outros, tais como Ponte da Lima, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Monção, Melgaço, Caminha e Viana do Castelo.
Atentos, estiveram os presidentes de algumas das várias Comissões Políticas das Secções do PSD de Viana do Castelo, dezenas de militantes e simpatizantes da ideologia social democrata, assim como de muitos dos autarcas eleitos pelo PSD e de personalidades que em tempos tiveram responsabilidades no PSD.
Estiveram presentes no painel de oradores, como estava programado, o Dr. António de Carvalho Martins, e o Dr. José Pedro Ferreira, que veio em representação do Eng. Guilherme Emílio, Presidente da CPD Alto Minho, que não pode estar presente, devido à urgência da sua presença em outra reunião, programada de última hora, em prol da defesa dos interesses do Alto Minho, nomeadamente ao "atentado" da introdução das "scut´s" nas auto-estradas no norte. Esta não presença, foi anunciada pelo Vice-Presidente da CPD Alto Minho, José Pedro Ferreira e o tema gerou desde logo debate dada a discordância entre os oradores, que pela sua formação académica, economia e gestão, discutiram o Princípio do Utilizador Pagador, estando o Dr. António Carvalho Martins a favor da introdução das portagens, e o Dr. Pedro Ferreira contra.
Ao iniciarmos a tertúlia, foi recordada a maneira como se construía política em Portugal, em particular no distrito de Viana do Castelo, "não há rotativismo, as coisas não mudam, sendo sempre as mesmas pessoas a estarem a ocupar lugares onde poderiam estar pessoas mais jovens e bem mais capazes", afirmou Dr. José Pedro Ferreira. Já o Dr. António de Carvalho Martins afirmou que" não só não há rotativismo no mundo da política, como há muita gente, o que por sua vez dá lugar a muitas confusões, pois todos querem mandar. Não querendo dizer com isto que a política é só para alguns, não. Mas, quem vai e pretenda ir para a política, que vá com espírito renovador, e não faça da política vida.
Numa das primeiras intervenções vindas por parte do público: "onde está o resultado de, nos princípios da nossa democracia, de nos levantar as cinco da manhã, andar de noite e ao frio a colar cartazes, e fugir das pedradas quem vinham das mãos dos comunistas?!" como recordou António Veloso Cerqueira, o candidato e ex. Presidente da Junta de Freguesia de Bravães, o que fez com que alguns dos "mais velhos" presentes se esquecessem, por breves momentos das infelizes quezílias actuais e recordassem com enorme saudade esses tempos, fazendo até saltar da cadeira o companheiro António Martins: "e tínhamos de nós próprios de fazer a cola, nem se sabia como, mas lá se fazia!".
"O que faz falta ao PSD é saber comunicar e o PSD não sabe, nos moldes actuais, comunicar" afirmou o companheiro Pedro Ferreira, apontando esta falha como fundamento de alguns dos graves problemas que o Partido enfrenta.
"Segundo a opinião do Prof. Pacheco Pereira, que crítica a actual condução do Partido perante os problemas da sociedade, quais as vertentes em que devemos dedicar mais tempo, procurando uma solução justa e que consiga abranger o maior número possível dos problemas com que a população se depara?", questiona uma jovem presente ao Dr. António Martins:" Estudar! Fazer a diferença no curso, na escola, no emprego em que estão, pela positiva é claro e fugindo da média, ou seja, fazer a diferença dentro do meio em que estão, e depois, o partido. Apenas se pode ajudar o Partido, dando ideias e não trazendo problemas pessoais, ou que não tenham em conta a sociedade em geral". Conceito também opinado por Dr. Cabral de Oliveira "fazer dos estudos e da profissão a vida, e não a política" foi o conselho que nos deixou.
"Perspectivando um futuro positivo para O PSD, onde e como é que devemos intervir mais, para além de uma reforma do programa nacional do PSD?", pergunta um dos presentes aos oradores, os quais pediram ao moderador, José Alfredo Oliveira, que expusesse a sua opinião à plateia: " É fácil se retirarmos o que de bom há no passado, como já foi dito aqui por várias pessoas, em que andavam ao frio, de noite e de dia, muitas vezes alvos de muitas agressões, sem cola e serem obrigados a ter eles mesmos de a fazer, deixando de parte as intrigas pessoais, que não têm qualquer sentido e que muitos fazem questão de as expor em todas as ocasiões. Gostava de poder afirmar que a política praticada em Ponte da Barca é um exemplo a seguir, mas infelizmente não o é. No entanto, a Comissão Política da JSD de Ponte da Barca, que nesse caso «nasceu sem herança», trabalha, para que um dia num futuro próximo se possa dizer que a política feita pelo PSD em Ponte da Barca será um exemplo a seguir, não só pelo o distrito, mas por todo o país. É por isso que realizamos este tipo de iniciativas, para podermos discutir abertamente, e entre todos, os problemas e as soluções possíveis. Com FRONTALIDADE, com VERDADE! Acabar com as supostas "facções" internas, com as "pequenas reuniões" maioritariamente envolvidas num secretismo e num silêncio tal, que muitas vezes se faz parecer com os tempo do Estado Novo, e sobretudo, com as semelhanças que temos em relação ao comportamento de outros partidos políticos. Tudo conta, e muito, para a credibilidade que as pessoas dão ao partido. É a minha opinião e, é o objectivo da JSD em Ponte da Barca primar pela FRONTALIDADE, pela SERIEDADE, pela VONTADE, mas, acima de tudo pela VERDADE. Esta afirmação é confrontada com a presença da comunicação social, e que esta iniciativa foi tornada pública, tendo o convite sido feito a toda a população, para que vejam e comprovem, porque, ao contrário de muitos, não temos nada a esconder".
Com estas palavras, o Dr. António de Carvalho Martins, fez lembrar que " sem frontalidade não se consegue credibilidade. É acreditando nos jovens, acreditando na sua vontade de fazer, de mudar, de reformar, na sua irreverência e na sua capacidade de mudar pois «o sonho comanda a vida», e sem ele não há lógica nem razão para alterar o rumo das coisas, mas não menos importante é que «nós, os da velha guarda», aqueles que conhecem o sistema, devemos legar para o futuro razões para acreditar, esperança, dar oportunidades aos jovens, para que possam participar, e de lhes deixar uma impressão positiva do mundo da política. É por isso que iniciativas como estas são louváveis e agrada-me ver tanta gente aqui reunida, numa altura ainda bastante afastada do período eleitoral, o que demonstra que realmente se pretende mudar, se pretende Inovar. Que se continue com este tipo de iniciativas, que demonstra que realmente os jovens querem trabalhar num sentido diferente, num sentido melhor.".
O companheiro José Pedro Ferreira sublinhou "FRONTALIDADE, o que infelizmente falta entre muitos daqueles que andam no o mundo da política e que dela fazem vida" e insistiu que este tipo de actividades, não ficasse por aqui, incentivando a que se desenvolvam muitas mais.
No que nos concerne, Comissão Política da JSD de Ponte da Barca, iremos fazer tudo por tudo para realizar mais iniciativas deste género, promovendo outro tipo de iniciativas, onde participem não só os militantes da JSD/PSD, mas todos aqueles que se identifiquem com a ideologia Social Democrata e /ou queiram pertencer a uma geração de mudança e de empreendedorismo na vida pública do nosso país.
Tudo para que...se inicie a VERDADEIRA mudança!!!!