quarta-feira, 22 de julho de 2009

"À Lupa!"

"Como sabemos, aproximam-se as eleições autárquicas portuguesas à grande ritmo; e eis que seguindo a ânsia das eleições partidarizadas o país entra em convulsão, em obras! Umas atrás das outras... muitos políticos deixaram os trunfos para a ultima jogada, como quem diz os últimos meses dos mandatos.

Nesta orgia de betão e betominoso, de guias e paralelos, sobram ainda as promessas.
E bem lá no fundo, depois de responder a uma panóplia interminável de "outras", de Norte a Sul, a ideia de um desenho urbano decente esfuma-se por entre demagogias e inacção.
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Votando eu ainda na vila de Ponte da Barca, e constatando que o PDM, o Plano de Urbanização e os Planos de Pormenor tardam em sair, o que tem perpetuado o urbanismo do loteamento, isto é o não-urbanismo do "tenho um quintal, vou enfiar aqui 3 prédios"; que somado a clara falta de visão para o município, e a displicência da obra edificada - no rigor das implantações, volumetrias, cores, materiais, etc - e sabendo que o caminho seguido não augura nada de bom, pretendo fazer uma simples e clara pergunta. A pergunta é dirigida aos líderes partidários, é claro, mas interessa-me que os munícipes também a retenham, porque será uma espécie de escudo anti-demagogia.
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Ora cá vai, sabendo que os aglomerados necessariamente se expandem, que a pressão imobiliária é uma constante em Portugal e atinge as autarquias de uma forma particularmente agressiva; sabendo que Ponte da Barca é hoje uma vila terrível - do ponto de vista urbanístico -, que não se assumiu pela suas qualidades intrínsecas - como a paisagem - mas antes pela delapidação da sua riqueza - muito devido a inexistência de instrumentos de gestão territorial eficazes -, e visto que ainda existe a possibilidade clara do cenário piorar - para tal basta ter em conta as bolsas de terreno existentes na orla do centro, agudizada com a morte de grandes proprietários, cujas propriedades ficam a mercê de partilhas familiares e da especulação imobiliária (veja-se o caso de Paço Vedro de Magalhães) - que pretendem os senhores candidatos para o futuro desta localidade?
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Em traços gerais, em tendo em conta que serão sensíveis a ideia que o município não deverá ser pensado na base do loteamento e do feudo intelectual de certos proprietários de terreno, qual é a vossa visão para mudar a vila?"

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